quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

As inusitadas semelhanças entre o apóstolo Pedro e o marinheiro Popeye.




Houve um tempo em que a infância não era tão politicamente correta. Naqueles anos, uma das atrações infantis na TV era o desenho animado de um velho marinheiro, caolho, musculoso, reclamão e machista. Era o Popeye. Resolvia todos os problemas no braço, frequentemente brigando com seu desafeto Brutus.


No mundo desse personagem, criado para os gibis por Elzie Segar, em 1929, ninguém queria conquistar o mundo. Os desafios eram uma competição ou o amor da solteira Olívia Palito. E quando havia algum tipo de trapaça, ou risco pessoal, entrava em cena o poder sobre-humano trazido pelo... espinafre! Nada de magia, monstros alienígenas ou armas. Apenas uma porção de espinafre resolvia o problema.

Naquela época não havia uma dezena de brinquedos inspirados nos desenhos animados e muitas crianças foram iludidas pelo poder dessa verdura rica em ferro, cálcio, fósforo e vitaminas. Pais viram seus pequenos experimentarem pratos cheios de espinafre em busca de força, velocidade e inteligência. No desenho americano, a verdura vinha numa lata, da forma como é vendida por lá, e a embalagem era aberta até com os dentes. Logo que descia garganta abaixo a reação de Popeye aparecia.

A aventura, via de regra, terminava com o marujo cantando seu tema - “eu sou o que sou e é isso que eu sou, eu sou o marinheiro Popeye” (no original, “I'm what I am and that's all that I am”). E o herói dava duas baforadas do cachimbo – pó, pó! Um herói fumante ainda por cima...
Popeye faz lembrar outro homem do mar, muito parecido com ele, cuja história está no Evangelho. Dá até para imaginar que eram parentes: Popeye e Pedro.

As semelhanças começam logo na ocupação – tanto Popeye como Pedro são homens do mar, e dele tiram o sustento. O primeiro está na condução de barcos há muitos anos e já viveu muitas aventuras mundo afora. Não tem medo de temporal e é capaz de conduzir uma grande embarcação sozinho. Já Pedro, aparece pela primeira vez na narrativa bíblica quando estava pescando, ou “jogando redes” (Mateus 4:18). Teria sido o primeiro a receber o chamado para seguir o Messias. O mar tem tanta importância para a vida de Pedro que é para lá que resolve voltar, após a morte de Jesus. “Vou pescar”, decide em João 21:3, sem perspectiva quanto ao seu futuro.

Popeye e Pedro também compartilham a impaciência e uma tendência para confusão. Nos quadrinhos e desenhos animados, o marujo caolho sequer pensa uma vez antes de tentar resolver os problemas medindo forças. Uma provocação pequena, e ele já arregaça as mangas e parte prá cima. Esse é Pedro também. Não foi assim quando os soldados se aproximaram de Jesus para prendê-lo? Pedro, com uma rapidez grande, conseguiu sacar a espada de um soldado e cortar-lhe a orelha. Zap! Em João 18:11 é Jesus quem acalma o pescador, doido para fazer sushi de soldado.

E se Popeye demonstra sua paixão por Olívia cercando-a de proteção, o discípulo não fica atrás. Pela admiração por Jesus, Pedro não o deixa um instante sequer. Está no monte da transfiguração (Mateus 17:4) e na cura da filha de Jairo (Lucas 8:51); está ao lado de Jesus no Monte das Oliveiras (Marcos 13:6) e no Getsêmani (Mateus 26:37); seguiu a Cristo, quando este foi levado até o sumo sacerdote (Mateus 26:58), e correu até o túmulo, assim que soube que o corpo do Mestre não estava lá (João 20:3). Pedro amava a Jesus. Mais do que um velho marinheiro pode amar uma jovem esquálida.

Popeye pode ter desfrutado uma centena de vezes de sua arma secreta, sacando a lata de espinafre do bolso, mas foi Pedro o único ser humano que teve a chance de desafiar ao máximo o poder dos oceanos. Ele fez o que nenhum marinheiro ou embarcação foi capaz de fazer: Pedro andou sobre as águas. Sim, por um instante, as leis da física foram revogadas para que o discípulo tivesse a experiência de atravessar ondas indomáveis, furar o vento que queria lhe jogar para longe e enxergar através da chuva.

Um milagre. Mas um milagre de vida tão curta quanto a duração do poder do espinafre. Veja que triste semelhança... Pedro teve medo, e afundou, encurtando uma caminhada que não poderia ser igualada nem pelo primeiro homem na Lua.

Foi assim, convivendo com fracassos e sucessos, que o pescador aprendeu a pescar almas. O homem apresentado no livro de Atos é outro. É um Pedro que aprendeu a dominar seu temperamento, que não esquece o período ao lado do Mestre. Pedro, mais maduro, mais lobo-do-mar-das-almas, sabe que carrega uma arma secreta dentro de si. E nada mais importa, porque nada mais pode ter valor maior - “Não tenho prata nem ouro, mas o que eu tenho, isso te dou” (Atos 3:6).

Se o herói de Elzie Segar traz o fatalismo e o conformismo (presentes no “eu sou o que sou e é isso que eu sou”), o pescador de homens traz a lição de que é possível se transformar, dia após dia. Eu sou o que sou, sim, mas não preciso ser isso para sempre.

Caminhando ao lado do Salvador, eu posso ser nova criatura. E quando a graça me alcançar, aí sim, posso dizer: eu sou o que a graça permite, e é isso que sou.

Blog: Assem-bereia de Deus

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O destino dos apóstolos




Mateus 10 (1:8)

E, CHAMANDO os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem, e para curarem toda a enfermidade e todo o mal.

Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: O primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão;

Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Lebeu, apelidado Tadeu;

Simão o Zelote, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu.

1. Simão chamado de Pedro

2. André irmão de Simão Pedro

3. Tiago – filho de Zebedeu

4. João irmão de Tiago

5. Felipe

6. Bartolomeu

7. Tomé

8. Mateus

9. Tiago filho de Alfeu

10. Lebeu apelidado de Tadeu

11. Simão o Zelote

12. Judas Iscariotes

Jesus enviou estes doze, e lhes ordenou, dizendo: Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos;
Mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel;
E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus.
Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai

O destino dos Apóstolos...

O martírio dos apóstolos foi anunciado por Jesus: “Por isso, diz também a sabedoria de Deus: Profetas e apóstolos lhes mandarei; e eles matarão uns e perseguirão outros” (Lucas 11.49). “E até pelos pais, e irmãos, e parentes, e amigos sereis entregues; e matarão alguns de vós. E de todos sereis odiados por causa do meu nome” (Lucas 21.16-17). Esta palavra diz respeito, também, aos crentes de um modo geral. Ainda hoje, anualmente, milhares são martirizados em todo o mundo. “Se a mim me perseguiram também vos perseguirão a vós... mas tudo isso vos farão por causa do meu nome” (João 15.19-20). “Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos...eles vos entregarão aos sinédrios e vos açoitarão nas suas sinagogas, e sereis conduzidos à presença dos governadores e dos reis, por causa de mim...” (Mateus 10.16-18). Com relação aos sofrimentos e martírio de Paulo, Jesus revelou: “Eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome” (Atos 9.16). Abro um parêntesis para uma reflexão: o Evangelho pregado em nossas igrejas inclui a possibilidade de sofrimento por amor a Cristo, ou anunciamos somente prosperidade, fartura, longevidade e saúde? Vejamos como os apóstolos morreram:

Simão Pedro (1º), Pescador, natural de Betsaida. Confessou que Jesus era “o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mateus 16.16). Foi testemunha da Transfiguração (Mateus 17.1-4). Seu primeiro sermão foi no dia de Pentecostes. Segunda a tradição, sua crucifixão verificou-se entre os anos 64 e 67, em Roma, por ordem de Nero. Pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, por achar-se indigno de morrer na mesma posição de Cristo.

André (2º), Foi discípulo de João Batista, de quem ouviu a seguinte afirmação sobre Jesus: “Eis aqui o Cordeiro de Deus”. André comunicou as boas notícias ao seu irmão Simão Pedro: “Achamos o Messias” (João 1.35-42; Mateus 10.2). O lugar do seu martírio foi em Acaia (província romana que, com a Macedônia, formava a Grécia). Diz a tradição que ele foi amarrado a uma cruz em forma de xis (não foi pregado) para que seu sofrimento se prolongasse.

Tiago (3º), Filho de Zebedeu, irmão do também apóstolo João. Natural de Betsaida da Galiléia, pescador (Mateus 4.21; 10.2). Por ordem de Herodes Agripa, foi preso e decapitado em Jerusalém, entre os anos 42 e 44.

João (4º), O apóstolo que recebeu de Jesus a missão de cuidar de Maria. “O discípulo que Jesus amava” (João 13.23). Pescador, filho de Zebedeu (Mateus 4.21 O único que permaneceu perto da cruz (João 19.26-27). O primeiro a crer na ressurreição de Cristo (João 20.1-10). A tradição relata que João residiu na região de Éfeso, onde fundou várias igrejas. Na ilha de Patmos, no mar Egeu, para onde foi desterrado, teve as visões referidas no Apocalipse (Ap 1.9). Após sua libertação teria retornado a Éfeso. Teve morte natural com idade de 100 anos.

Felipe (5º) Natural de Betsaida, cidade de André e Pedro. Um dos primeiros a ser chamado por Jesus, a quem trouxe seu amigo Natanael (João 1.43-46). Diz-se que pregou na Frigia e morreu como mártir em Hierápolis.

Bartolomeu (6º), Tem sido identificado com Natanael. Natural de Caná de Galiléia. Recebeu de Jesus uma palavra edificante: “Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo” (Mateus 10.3; João 1.45-47) Exerceu seu ministério na Anatólia, Etiópia, Armênia, Índia e Mesopotâmia, pregando e ensinando. Foi esfolado vivo e crucificado de cabeça para baixo. Outros dizem que teria sido golpeado até a morte.

Tomé (7º), Só acreditou na ressurreição de Jesus depois que viu as marcas da crucificação (João 20.25). Segundo a tradição, sua obra de evangelização se estendeu à Pérsia (Pártia) e Índia. Consta que seu martírio se deu por ordem do rei de Milapura, na cidade indiana de Madras, no ano 53 da era cristã.

Mateus (8º), Filho de Alfeu, e também chamado de Levi. Cobrador de impostos nos domínios de Herodes Antipas, em Cafarnaum (Marcos 2.14; Mateus 9.9-13; 10.3; Atos 1.13). Percorreu a Judéia, Etiópia e Pérsia, pregando e ensinando. Há várias versões sobre a sua morte. Teria morrido como mártir na Etiópia.

Tiago (9º), o menor Filho de Alfeu (Mateus 10.3). Missionário na Palestina e no Egito. Segundo a tradição, martirizado provavelmente no ano 62.

Tadeu (10º), Foi quem, na última ceia, perguntou a Jesus: "Senhor, por que te manifestarás a nós e não ao mundo?" (João 14:22-23). Nada se sabe da vida de Judas Tadeu depois da ascensão de Jesus. Diz a tradição que pregou o Evangelho na Mesopotâmia, Edessa, Arábia, Síria e também na Pérsia, onde foi martirizado juntamente com Simão, o Zelote.

Simão (11º), o zelote, Dos seus atos como apóstolo nada se sabe. Está incluído na lista dos doze, em Mateus 10.4, Marcos 3.18, Lucas 6.15 e Atos 1.13. Julga-se que morreu crucificado.

Judas Iscariotes (12º), que traiu Jesus e acabou se enforcando;

Matias, Escolhido para substituir Judas Iscariotes (Atos 1.15-26). Diz-se que exerceu seu ministério na Judéia e Macedônia. Teria sido martirizado na Etiópia.

Paulo, Israelita da tribo de Benjamim (Filipenses 3.5). Natural de Tarso, na Cilícia (hoje Turquia). Nome romano de Saulo, o Apóstolo dos Gentios. De perseguidor de cristãos, passou a pregador do evangelho e perseguido. Realizou três grandes viagens missionárias e fundou várias igrejas. Segundo a tradição, decapitado em Roma, nos tempos de Nero, no ano 67 ou 70 (Atos 8.3; 13.9; 23.6; 13-20).

Fonte: Mundo Bíblico Heróis da Fé.

Israel apresenta a menor Bíblia eletrônica do mundo.

Livro sagrado em hebraico coube em chip de 0,5 milímetro.
Objeto será dado de presente ao Papa Bento XVI.

O chip com 0,5 milímetro carrega todos os textos da bíblia em hebraico e será dado de presente ao Papa Bento XVI.


Projeto foi desenvolvido pela Technion, Instituto de Tecnologia de Israel (Foto: AFP/Technion)


Microbíblia, do tamanho de um grão de areia, tem as mais de 300 mil palavras da Bíblia (Foto: Dan Balilty/AP)

A ASCENSÃO DE CRISTO E A PROMESSA DE SUA VINDA. Subsídio para Lição Bíblica - 1º Trimestre/2011



Lição 2 - 1º Trimestre de 2011
Texto Bíblico: Atos 1.4-11
Texto Áureo: At 1.11

Introdução

O tema "A ascensão de Cristo" ganha destaque nesta segunda lição do trimestre, com as suas implicações doutrinárias e práticas.

A Historicidade da Ascensão

A historicidade da ascensão de Cristo costuma ser colocada em dúvida por alguns críticos, que tomam por base as aparentes contradições no texto bíblico. Analisemos os fatos.

Dois textos narram a ascensão de Cristo:

Lucas 24.50-52

49 E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.
50 E levou-os fora, até Betânia; e, levantando as mãos, os abençoou.
51 E aconteceu que, abençoando-os ele, se apartou deles e foi elevado ao céu.

52 E, adorando-o eles, tornaram com grande júbilo para Jerusalém.


Atos 1. 8-12

8 Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.

9 E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, {ocultando-o} a seus olhos.

10 E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois varões vestidos de branco,

11 os quais lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir.

12 Então, voltaram para Jerusalém, do monte chamado das Oliveiras, o qual está perto de Jerusalém, à distância do caminho de um sábado.


É possível harmonizar as diferenças nas narrativas da seguinte forma:

- Cada relato possui detalhes que não constam do outro, sendo a versão de Atos mais completa. No final do Evangelho, Lucas escreve que quando Jesus está sendo elevado, ele ergue os braços para abençoar os discípulos e eles os adoram. Lucas omite estes fatos em Atos, mas acrescenta a nuvem que o encobriu e o aparecimento dos "dois varões vestidos de branco". Dessa forma, não encontramos contradições nestes fatos. Encontramos complementações.

- Atos parece indicar que o local da ascensão foi o Monte das Oliveiras (1.12), enquanto que o Evangelho afirma que Jesus "os levou para Betânia", a aldeia ao lado deste monte, entre três e quatro quilômetros de Jerusalém. Observe que o Evangelho não diz que Jesus ascendeu de Betânia, mas que foram levados "até lá". Stott (2003, p. 45) afirma ser mais apropriada a tradução "para a vizinhança de Betânia".

Para Stott (idem, p. 45-46), após o exame das aparentes divergências, pode-se observar cinco pontos em comum na narrativa:

1. Ambos os relatos dizem que a ascensão de Jesus seguiu-se ao comissionamento dos apóstolos para que fossem suas testemunhas.

2. Ambos dizem que ela se deus fora de Jerusalém, e ao leste dela, em algum lugar do Monte das Oliveiras.

3. Ambos dizem que Jesus "foi elevado às alturas", onde o uso da voz passiva indica que a ascensão, assim como a ressurreição, foi um ato do Pai que, primeiro, o levantou entre os mortos e, depois o elevou às alturas.

4. Ambos relatam que os apóstolos "voltaram para Jerusalém".

5. Ambos dizem que depois disso eles aguardaram a vinda do Espírito, de acordo com a ordem e promessa expressa do Senhor.

Sttot (ibdem, 46-49), sustenta a historicidade da ascensão alegando que:

- Milagres não precisam de precedentes para autenticá-los;
- A Ascensão é um fato aceito em todo o Novo Testamento. Para Marshall (1982, p. 59-60), o fato da ascensão é solidamente atestado em 1 Tm 3.16; 1 Pe 3.21-22, e especialmente nas muitas passagens nas quais a ressurreição de Jesus é entendida, não simplesmente como a Sua volta dentre os mortos como também a Sua exaltação à destra de Deus (2.33-55);
- Lucas conta a história da ascensão com simplicidade e sobriedade, sem extravagâncias na narrativa;
- Lucas dá ênfase a presença de testemunhas oculares e repetidamente se refere ao que ele viram com seus próprios olhos (1.9-11);
- Não existe uma explicação alternativa para justificar o fim das aparições após a ressurreição e o fato de Jesus ter desaparecido da terra;
- A ascensão histórica e visível tinha um propósito inteligível. O motivo para uma ascensão pública e visível certamente é que ele desejava que os discípulos soubessem que ele estava partindo de vez.

Para Arrington e Stronstad (2003, p. 627) "Tudo no Evangelho de Lucas move-se em direção à ascensão, e tudo em Atos move-se a partir da ascensão".

A Teologicidade da Ascensão

Conforme Kistemaker (2006, p. 85-86) os aspectos teológicos e doutrinários da ascensão a serem considerados são:

- Que a entrada de Jesus no céu com um corpo humano glorificado é a segurança de que nós seremos igualmente glorificados.

- À mão direita de Deus, o Pai, Jesus cumpre a missão de advogado na defesa da nossa causa (1 Jo 2.1)

- A Ascensão de Jesus e o fato de ele ter-se assentado à destra de Deus marcam sua entronização real, seu governo sobre este mundo (1 Co 15.25).

Para Boor (2003, p. 30-31), o relato da ascensão destaca:

- A realidade escatológica da parousia, da nova presença de Jesus, ou de sua nova "revelação" (At 1.11). Marshall (idem, p. 62) escreve que "[...] a ascensão de Jesus é uma garantia de que, assim como foi possível para Jesus subir ao céu, assim também será possível para Ele voltar da mesma maneira, sobre uma nuvem na parousia (Lc 21.27; Mc 14.62; Dn 7.13). Desta forma, a promessa da parousia forma o fundo histórico da esperança, diante da qual os discípulos devem desempenhar seus papéis como testemunhas de Jesus." Vide também Richards (2005, p. 708)

- Fortalece a responsabilidade missionária da igreja. Neste sentido, Stott (ibdem, p. 50) comenta que até a volta de Jesus, os discípulos deveriam continuar sendo testemunhas, pois esse era o seu mandato: "Era fundamentalmente anormal ficarem a olhara para o céu, quando tinham sido comissionados para irem até aos confins da terra". Marshal (ibdem) declara que "Desta forma, a promessa da parousia forma o fundo histórico da esperança, diante da qual os discípulos devem desempenhar seus papéis como testemunhas de Jesus. Em efeito, esta passagem corresponde à declaração de Jesus em Mc 13.10, de que o evangelho deve primeiramente ser pregado a todas as nações antes do fim poder vir."

Aplicação Prática da Lição

Dentre as questões práticas que podemos extrair da presente lição bíblica, além da esperança da volta de Jesus, Stott (ibdem) nos alerta sobre dois erros dos apóstolos, nos quais podemos incorrer:

"O primeiro é o erro do político que sonha em fazer a utopia na terra (preocupados com a restauração do Reino de Israel). O segundo é o erro do pietista que sonha apenas com os prazeres celestiais (preocupado em apenas contemplar o Jesus celestial). A primeira visão é terrena demais, e a segunda, celestial demais. [...] em lugar deles, ou como antídoto para eles, deveria estar o testemunho de Jesus no poder do Espírito, com todas as sua implicações em termos de responsabilidade terrena e capacitação celestial."

Williams (1996, p. 39) concorda e escreve: "Daí a pergunta: por que estais olhando para os céus (v 11). Que acatassem as instruções recebidas. [...] A ênfase aqui, como em geral por todo o Novo Testamento, está nos deveres atuais dos crentes em vez de nas especulações a respeito da volta de Cristo."


Referências Bibliográficas

ARRINGTON, L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

BOOR, Weiner de. Atos dos Apóstolos. Curitiba-PR: Esperança, 2003.

KISTEMAKER, Simon. Atos. São Paulo: Cultura Cristã, 2006. v.1

MARSHAL, I. Howard. Atos: Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1982.

PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard F.; REA, John. Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

______; HARRISON, Everett. Comentário Bíblico Moody. São Paulo: IBR, 1987.

RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.

STOTT, John R. W. A mensagem de Atos: Até os confins da terra. São Paulo: ABU, 2003.

WILLIAMS, David J. Novo Comentário Bíblico Contemporâneo: Atos. São Paulo: Vida, 1996.