segunda-feira, 30 de agosto de 2010

As 4 vindas de Deus

Muitas pessoas estão perturbadas com a aparente distância de Deus. Ele parece estar longe, indiferente, e ser irreal. Elas clamam como Jó :”Se tão somente eu soubesse onde encontrá-lo!” (Jó 23.3)

É essa imagem do Deus ausente que João reduz a cacos. No prólogo do seu Evangelho, ele escreve acerca das três vindas de Deus ao mundo em Cristo.

Vejamos:

Primeiramente, Ele estava vindo ao mundo. É um grande erro supor que a primeira vez que Deus veio ao mundo foi quando nasceu nele. Não, Ele fez o mundo e nunca o deixou. Ele é “a verdadeira luz, que ilumina todos os homens” (Jo 1.9). Assim, muito antes de ter vindo, Ele estava vindo, dando a todos vida e luz. Desse modo, tudo o que é belo, bom e verdadeiro no mundo atribuímos a Jesus Cristo. As pessoas podem não saber, pois Ele normalmente se preserva incógnito, mas Ele é “a luz de todos os homens” (Jo 1.4). Nenhum ser humano está mergulhado na escuridão completa.

Em segundo lugar, Ele veio ao mundo. “Veio para o que era seu” (Jo 1.11). Aquele que estava vindo para todas as pessoas agora veio para um povo particular. Aquele que havia vindo incógnito agora veio como uma pessoa, aberta e publicamente. A Palavra eterna se tornara um ser humano. A tragédia é que o mundo não o reconheceu.

Em terceiro lugar, Ele ainda vem. Ele vem agora através do Espírito. E aqueles que o recebem, aos que crêem em seu nome, ele dá o direito de se tornarem filhos de Deus, nascidos de Deus (Jo 1.12).

Embora João não mencione aqui no capítulo 1, uma quarta vinda poderia ser acrescentada. Mais adiante, ele registra a promessa de Jesus: “Voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver” (Jo 14.3).

Assim, eis as quatro vindas de Deus. Ele estava vindo continuamente como a luz e a vida dos seres humanos. Ele veio no primeiro Natal. Ele ainda vem, esperando que o recebamos, e virá no último dia.

Nele e para a glória Dele,

Pr Marcello Oliveira

Bibliografia: Carson, D.A. O Comentário de João. Shedd Publicações

Stott, John. A Bíblia Toda, Ano Todo. Ed. Ultimato

terça-feira, 24 de agosto de 2010

E se...


O efeito borboleta ensina que a vida seria diferente se, em certo momento
mudássemos o rumo normal de nossos atos. Imagem - Mathiolle
por Zé Luís

E se tudo fosse diferente? Ou, pelo menos, se tivesse acertado mais naquelas encruzilhadas tão necessárias e angustiantes?

Não tivesse havido uma gravidez na adolescência, ou cedido ao – posteriormente descoberto – desvio de dinheiro, que ocasionou a demissão? Se o cadeado no portão estivesse fechado? Não estivesse na fatídica balada? Não tivesse experimentado aquela porcaria que usaria depois durante anos, apesar da certeza que não me dominaria?

Se soubesse as palavras certas que fizessem aquele grande amor não ir embora, escolher não ter ficado naquele semáforo apesar de estar fechado, ou ter imaginado que um imprudente bêbado imbecil poderia estar excedendo o limite de velocidade bem na minha vez...

Ter escolhido o curso certo, a carreira que realmente iriamos trilhar, saber que não passava de um sonho, ou ter a certeza que o ideia de viver meu sonho não era tão idiota quanto meus pais garantiam que seria. Oras! Teria muito sucesso fazendo malabares em faróis. Eu creio!

Se tivesse evitado aquela discussão, não tivesse agredido naquele momento de raiva, não deixado a ira me dominar. Deveria não ter perdido a hora tantas vezes, ou mesmo, quem sabe, em determinado momento, não ter me entregue ao trabalho de forma tão absoluta (ah! Se eu soubesse a velocidade com que os grandes amigos nos esquecem após a saída da empresa).

Se entendesse a medida certa de lidar com os filhos, a família. Quem sabe ter trabalhado mais, e ter dado melhores condições, um lugar mais confortável. Se eu tivesse ideia de quem me cercava, teria ajudado mais certas pessoas, e envenenado outras.

Minha vida seria outra se tivesse ficado com a “fulana”(ou quem sabe a “beltrana”?), embora então, meus filhos seriam outros, e não sei se seria quem sou, se não existissem em minha vida.

A atenção que não dei, e o que dei em excesso. A imposta disciplina dura e a flácida demais, as lições que não entendi, e os pecados que deixei de cometer, as dores que evitei, as lamentações e velórios que não deveria ter me esquivado.

Nessa selva densa e escura que o tempo oferece, se faz necessário algo que informe nossa localização, mostre o norte na bússola invisível do viver: Não se pode saber se está chegando, se não se sabe de onde parto.

“Entrega teus caminhos ao Mestre, confia Nele...” alivia.
“Aquele que começou a boa obra em vós há de completá-la até o dia de nosso encontro...” esclarece.
“Ele opera em nós tanto o querer como o efetuar” descansa.

Sei lá o que estou fazendo, afinal de contas. Mas sei a quem pertenço. Aos que nos veem, pode dar-se algumas vezes a impressão de insegurança em nossos passos errantes, nos quais lutamos para sermos discretos. Mentimos quando esbravejamos: “Sei o que faço!”. Piada...

Não há nada que eu faça que surpreenda o Mestre, nada que Ele não tenha previsto, nada em minha natureza manca que já não tenha sido praticado nas gerações de maldades registradas por minha raca, nenhuma gafe que ele ainda não tenha presenciado, nenhuma ingratidão que não tenha provado.

Quem nos separará de seu Amor? A acusação da culpa? Não, certamente que não

Gilson

sábado, 21 de agosto de 2010