quarta-feira, 20 de outubro de 2010

RESPOSTA DO PASTOR SILAS MALAFAIA AO BISPO EDIR MACEDO



quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O evangelho de Gênesis


Calma caro leitor [a], não precisa esfregar os olhos para ver se leu direito: é isso mesmo! Temos um evangelho em Gênesis.

Você deve estar perguntado: Mas no livro do Gênesis um evangelho? Impossível! Gênesis trata da criação dos céus e da terra, da vegetação, dos luminares e do homem.

O “Segredo”

O nome em hebraico é algo profundo e revelador. No nome está implícito algumas verdades relacionadas ao caráter e a vida da pessoa. Poderia dar alguns exemplos: Nabal, que significa louco, néscio. Isaque, riso. Davi, amado. Salomão, pacífico. Olhando a vida destes personagens bíblicos, veremos facetas e detalhes de suas vidas que estão relacionados [in] diretamente com o significado dos seus nomes.

Vamos atentar para a genealogia de Adão a Noé (Gn 5):

Adam –> Seth –> Enosh –> Kenan –> Mahalalel –>Yared –> Enoch –> Methuselah –> Lamech –> Noah

Nome Significado
Adam Homem
Seth Apontado
Enosh Mortal
Kenan Aflição, Sofrimento
Mahalalel O Elohim Bendito
Yared Descerá
Enoch Ensinando, Ensinamento
Methuselah Sua morte trará
Lamech O Desesperado
Noah Conforto, Descanso


A frase formada é fascinante, impactante, brilhante:

“[Ao] Homem é Apontada Mortal Aflição, [Mas] o Elohim Bendito descerá Ensinando [que] sua Morte Trará ao Desesperado [O] Conforto, Descanso.



É por isso que a cultura judaica é fascinante. Há coisas que podemos até rejeitar, mas há outras, como esta pérola acima, que nos faz pensar e meditar quão profundo são os mistérios da Palavra de Deus.

Não é nada cabalístico! Pense, estude, e tire suas próprias conclusões. Quem lê, entenda!

Autor: Sha’ul Bentsion

Adaptado por: Pr Marcelo Oliveira

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Evangelho instantâneo: a bênção pra hoje e pra já!



Renato Russo dizia pertencer à geração Coca-Cola. O tempo passou, e hoje a nossa geração se identifica com outro produto. O miojo. Somos a geração do instantâneo.

Um toque no IPhone nos coloca em contato com o mundo inteiro. São tantas redes “sociais”. Não precisamos nos preocupar com endereços, já que o GPS conhece todos os caminhos do planeta inteiro.

Este novo mundo instantâneo é tão atraente e eficiente que várias vezes chegamos a nos perguntar como era possível, até bem pouco tempo, viver sem essas facilidades.

Esquecemo-nos de que a Bíblia foi escrita em outra época. No ritmo das ferramentas dos agricultores, na cadência dos pastores nos campos onde a vida corria sem pressa e onde a urgência era falta de sabedoria.

Na esfera da fé, também mais do que nunca queremos resultados imediatos. Tudo está tão organizado, sistematizado e catalogado que para conseguir alguma coisa de Deus que basta seguir 12 passos para isso, oito semanas para aquilo e BUM! Resultado alcançado. Daqui a algum tempo, vamos pedir que o Senhor responda nossas orações de preferência em até 140 caracteres.

Esquecemo-nos de que o convite de Jesus aos apóstolos não foi para seguirem-no e viverem três anos de aventura. Foi, sobretudo, um gracioso desafio a seguirem-no por toda vida e para além dela.

Conhecer Jesus é muito mais que sete semanas de campanha. É mais profundo do que algumas pregações e músicas nos sugerem. Às vezes, parece que alguns estão adorando um deus miojo. Um deus para hoje, para já. E só.

A maior prova disso é a multidão de crentes com medo da morte lotando as igrejas. Perdemos o foco do eterno. Não desejamos mais cumprir a carreira e receber o maior prêmio de todos. Ver Jesus face a face. Desejamos ardentemente esse mundinho de pequenas facilidades e bênçãos instantâneas.

Como você tem tratado Jesus em seu coração? Como um deus miojo? Ou como um Deus tão infinito e maravilhoso que nem a eternidade inteira vai ser suficiente para descobrir toda largura e profundidade de Seu amor?

A pegadinha do diabo gordo.


Lá pelo início da década de 1970, a AD de Jaguaruna recebeu a visita do filho de Dario Salas (quem lembra?). Menino ainda, pregou sobre a oração do pai-nosso — um bom sermão expositivo sobre essa conhecida passagem bíblica, devo dizer.

A certa altura da mensagem, talvez para dar uma sacudida no emocional da congregação, ele contou a história de um homem que passou diante de uma igreja “fria”, que não se manifestava com os “glórias” e “aleluias” típicos dos cultos pentecostais, e viu sobre o telhado um diabo bem gordinho, alimentado pela falta de fervor daqueles crentes. O homem continuou caminhando e algum tempo depois passou diante de uma igreja em que aquelas manifestações eram audíveis, e, sobre o telhado, lá estava outro diabo, só que bem magrinho.

Quando terminou a história, ele perguntou à igreja:

— Quem quer o diabo gordinho?

Ninguém se manifestou, é claro. Então ele perguntou:

— Quem quer o diabo magrinho?

A congregação em peso levantou a mão. Muito sério, ele encarou o povo e comentou:

— Irmãos, a igreja não tem de querer diabo algum, nem gordinho nem magrinho…

Mal(ben)dita seja a cidade.


Na Bíblia, o tema da cidade é um dos mais relevantes. O nascimento da cidade tem origem na arrogância humana e na independência do homem em relação a Deus. É a linhagem de Caim que dá início à cidade: “Depois Caim fundou uma cidade, à qual deu o nome do seu filho Eno que” (Gn 4.17b). Caim representa a auto-suficiência humana. Tendo perdido o Éden, o homem está diante da ruptura ecológica da terra que agora produzirá “espinhos e ervas daninhas” (Gn 3.18). A solução humana é apostar em Caim, que não só se revela ingrato para com Deus, mas comete o primeiro assassinato da história bíblica. Caim amplia a ruptura com Deus, com o próximo e com a terra. A solução para os seus problemas é uma só: “fundar uma cidade”. Portanto, a cidade surge como a marca maior da arrogância humana contra Deus. Acompanham a cidade, o surgimento da ciência, da economia e da arte (Gn 4.20-22). O ápice desse progresso perverso aparece quando o texto de Gênesis afirma que o sétimo depois de Adão, pela linhagem de Caim, é Lameque, o primeiro bígamo da história, grande “precursor dos filmes de ‘ação’ de Hollywood”. Os “efeitos especiais” até fazem parte do discurso dele: “Ada e Zilá, ouçam-me; mulheres de Lameque, escutem minhas palavras: Eu matei um homem porque me feriu, e um menino, porque me machucou.” O quadro é simplesmente assustados e apavorante!

Não muito tempo depois, a situação da cidade piora ainda mais. Em Gênesis 11, os homens querem construir uma cidade que pudesse invadir o céu. No mesmo espírito de Caim, eles agora aprofundam a arrogância humana, dizendo: “Vamos construir uma cidade, com uma torre que alcance os céus. Assim nosso nome será famoso e não seremos espalhados pela face da terra” (Gn 11.4). A gramática hebraica permite que a expressão “cidade, com uma torre” seja traduzida por “cidade que cresce para o alto”. Como os antigos achavam que o céu estava a cerca de dois quilômetros da terra, a idéia era “invadir o céu”. Era uma espécie de movimento dos “sem céu”, ou dos “invasores do condomínio celestial”. Os homens já “sem terra” e “sem céu”, tornam-se agora “sem comunicação”! De fato, o movimento inicial das cidades cresceu desordenadamente e foi um grande desastre.

Mais uma vez, só Deus para salvar o enredo humano. De forma inesperada, Deus surge da maneira como ninguém poderia esperar. Deus resolve dar início à redenção da cidade por meio de sua própria iniciativa. Por incrível que pareça, Deus constrói e age a partir da mais soberba rebeldia humana. A ação redentora e salvífica de Deus na história tem seu grande centro na monarquia davídica. A própria figura do rei surgira também como sinal da rebeldia e arrogância humana contra Deus (1Sm 8.5-7). Ao querer um rei, imitando os demais povos pagãos, o povo de Israel estava rejeitando a Deus. No entanto, Deus, surpreendentemente não só escolhe um rei, Davi, como também elege uma cidade, Jerusalém. Os símbolos maiores da auto-suficiência e independência humanas tornam-se símbolos da intervenção redentora divina. A suprema derrota transforma-se em vitória absoluta! Os textos bíblicos são inequívocos: “Darei uma tribo ao seu filho a fim de que o meu servo Davi sempre tenha diante de mim um descendente no trono em Jerusalém, a cidade onde eu quis pôr o meu nome (1Re 11.36)” e: “Não jurem de forma alguma: nem pelos céus, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o estrado de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei (Mt 5.34,35). Como podemos ver, a monarquia davídica e a cidade de Jerusalém tornam-se o principal palco da intervenção divina na história em favor do homem pecador.

Todavia, a história ainda não termina aqui. O mais surpreendente de tudo aparece no Apocalipse, quando o desfecho da história humana traz de novo a figura da cidade. O texto sagrado é de “parar a respiração”: “Então vi novos céus e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham passado; e o mar já não existia. Vi a Cidade Santa, a nova Jerusalém, que descia dos céus, da parte de Deus, preparada como uma noiva adornada para o seu marido. Ouvi uma forte voz que vinha do trono e dizia: “Agora o tabernáculo de Deus está com os homens, com os quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus. Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou” (Ap 21.1-5). Que coisa! A Nova Jerusalém parece o Éden “urbanizado”. Parece que o antigo jardim passou por um projeto de “arquitetura celestial”. O Éden da redenção é melhor do que o da criação! A cidade que marcou o início do pecado humano é agora marca máxima da redenção. A cidade humana sobe do chão, a cidade de Deus desce dos céus. A cidade humana é efêmera, a de cidade de Deus é eterna. A cidade humana trouxe fragmentação e dor, a cidade de Deus traz união e cura. Deus faz questão de mostrar sua vitória a partir do símbolo máximo do poderio e independência humanos. É surpreendente e verdadeiro: Deus traz a redenção a partir da pior desgraça humana. Diante dessa palavra de esperança e de vitória, olhe lá fora e veja como o sol está mais brilhante, o céu está mais azul, e o ar está menos poluído. Amém!!!

Luiz Sayão – Teólogo. Hebraísta. Coordenador Geral de Tadução da Bíblia NVI. Recentemente, prefaciou meu livro: Reflexões sobre a vida de Paulo – que pode ser adquirido neste site na Seção – Meus Livros

CIMAD - CONGRESSO INTERNACIONAL DE MISSÕES DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS